Umbanda Hoje

TODO UMBANDISTA É ESPIRITUALIZADO?

            Desde tempos remotos, onde as religiões ou seitas ainda estavam em formação, o Homem, indivíduo pensante, sempre esteve envolto em interesses espirituais e materiais. Os primeiros consubstanciavam-se em preocupação  com o próximo, no sentido de mostrar-lhes o caminho a seguir em sua jornada de espírito encarnado, fixando em seu mental a importância dos ensinos Divinos junto a seus pares, e de que o amor, a caridade, a compreensão e tantos outros sentimentos positivos deveriam ser a base para o progresso espiritual dos habitantes deste planeta.

             De outro lado existiam aqueles que encaravam este processo apenas como instrumento para alcançar interesses materiais, vale dizer, subjugação, enriquecimento ilícito, egocentrismo e outros aspectos negativos que os fizessem perpétuos em suas ambições.

             Na atualidade ainda podemos detectar muitos focos destoantes em nossa religião. Freqüentemente chegam ao nosso conhecimento histórias escabrosas sobre indivíduos que atuam em nosso segmento religioso. Apresentando-se como “senhores” dos mistérios de nossa Umbanda, não poupam esforços no sentido de perpetuarem-se em seus “tronos majestosos”. Não dão oportunidade a que outros irmãos mostrem seu valor e ajudem no aperfeiçoamento moral e espiritual dos umbandistas.

            Cercam-se de pessoas de índole duvidosa para impedirem outras pessoas, estas dignas e honestas, a galgarem lugar de merecimento no terreiro. Tomados de inveja, raiva, e insegurança, esta última em razão de seu pouco ou nenhum conhecimento das práticas Umbandistas, tratam de segregar e discriminar irmãos estudiosos, de conduta ilibada, com informações que os fazem ser apontados como futuros dirigentes de agremiações de Umbanda.

            Quase todos nós já presenciamos ou ouvimos falar de pessoas que dizem aos quatro cantos que têm 40, 50, 60 anos de Umbanda. Isto para os mais esclarecidos não significa nada se não acompanhado de humildade, honestidade, sinceridade, e fraternidade para com o próximo.

            Muitos se dizem Umbandistas só porque vestem o branco, frequentam um Templo e se dizem instrumentos de espíritos de “alta evolução”, ou porque conhecem os rituais e preceitos da religião. Estes argumentos não resistem a uma avaliação pessoal e detida do perfil ético e da moral de quem os proclama, e aí entra o fator Espiritualidade, onde deverá ser observada a coerência do que se fala com o que se pratica no cotidiano; se há no coração destes a intenção de ajudar o próximo, de difundir as diretrizes da Espiritualidade, de querer ver a religião progredir, de prestigiar aqueles que, através de conhecimento mais vasto, poderão dar continuidade a um terreiro, de perdoar, de se confraternizar, de enaltecer as qualidades de outrem, ponto para a Umbanda.

            Ser espiritualizado é revelar as virtudes e relevar os defeitos alheios, e tentar melhorar-se moralmente, eticamente, intelectualmente. Pobres irmãos, que tendo passado uma vida inteira no âmbito da Umbanda não aprenderam nada sobre a espiritualidade. Deverão, por certo, ter que encarnarem muitas vezes, até que compreendam que vincular-se e ter um cargo em um Templo de Umbanda é uma coisa, progredir espiritualmente rumo ao Plano Astral Superior é outra.

          Saravá Umbanda!