Os solos com textura mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, como os destinados a charutos e fumos de corda, enquanto os solos mais arenosos produzem fumos leves. No fabrico dos charutos (palavra derivada do tâmil churutu), as folhas, após o processo de secagem, são reunidas em manocas de 15 a 20 folhas e submetidas à fermentação, destinada a diminuir a percentagem de nicotina, aumentar a combustividade e uniformizar a sua coloração. OS tipos de fumo mais utilizados na confecção dos charutos brasileiros são: Brasil-Bahia, Virgínia, Sumatra e Havana.
Nos trabalhos umbandistas a cigarrilha é muito utilizada por pombagiras. Por ser de aroma especial, se ajusta ao descarrego do paciente, proporcionando-lhe mais tranquilidade. Os charutos de fumo grosseiro e forte são peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo de melhor qualidade são usados por Caboclos. Já os Pretos-Velhos dão preferência aos cachimbos, nos quais utilizam, com tabaco, diversos tipos de mistura de ervas, como o alecrim, a alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de palha, impregnando os elementos constitutivos com sua própria energia espiritual, transformando o tradicional “pito” em um eficiente desagregador de miasmas e larvas astrais.
Desta maneira, como o defumador coletivo, o fumo utilizado em charutos, cachimbos e cigarros de palha são instrumentos fundamentais na ação mágica dos trabalhos das Entidades Espirituais de Umbanda. A queima do tabaco funciona como um defumador individual, dirigido ao objetivo da entidade espiritual, e não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando apenas um meio de descarrego, de limpeza.
Observamos assim que, como ensinou um Pai Velho, “na fumaça está um dos segredos dos trabalhos de Umbanda”.
Saravá Umbanda!