Umbanda Hoje

CONHECIMENTO: CAMINHO PARA A LIBERTAÇÃO

Já diz um velho ditado: “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. 

            Ao aplicarmos a mensagem transmitida nesta frase ao Movimento Umbandista (conjunto de pessoas vinculadas à religião), observamos que a mesma se encaixa perfeitamente no atual estágio religio-instrucional de muitos médiuns e assistentes.

            O conhecimento, somatório de informações adquiridas e absorvidas durante a vivência carnal e/ou espiritual, que versam sobre assuntos científicos, religiosos, filosóficos, e outros mais, sempre teve um duplo aspecto social em relação aos potenciais receptores de informações. O conhecimento sempre foi mola-mestra para o progresso da humanidade. Através do esforço de pessoas intelectualmente privilegiadas, que passaram a buscar respostas ou resultados as suas indagações sobre os diversos fatos e atos da vida, os seres humanos puderam ter acesso a uma gama de conhecimentos que os fizeram desenvolverem habilidades, dirimir problemas, facilitando o dia-a-dia. Graças aos grandes cientistas e pensadores do passado e presente, movidos por sentimentos altruístas e isentos de egoísmo, ambição, soberba etc., é que a sociedade teve a cesso a vacinas contra patologias até então incuráveis, teve acesso a remédios de ação preventiva e repressiva contra várias doenças. Todos estes grandes cientistas, pensadores e inventores dedicaram-se a melhorar a qualidade de vida dos habitantes deste planeta. Enfim, tornaram públicos e acessíveis a terceiros seus achados científicos.

            Voltando a religião, a nossa querida Umbanda, verificamos que uma grande parcela de médiuns e estudiosos das coisas espirituais, ao serem privilegiados com certas informações, ao invés de difundi-las, a fim de que outros possam se beneficiar das mesmas para seu progresso espiritual, para uma melhor eficácia dos trabalhos espírito-caritativos, ou ainda para simples elevação de cultura, guardam a sete chaves tais conhecimentos, impedindo a evolução alheia. E por que fazem isto? Bem, não se precisa ser muito inteligente para concluir que, guardando tais descobertas, os detentores de “tais segredos” se achariam em posição de ascendência, de dominação, de escravizador, frente àqueles que os cercam. Demos como exemplo um terreiro onde uma pessoa sabedora dos tais “pulos do gato”, ou que se ache sabedora dos mesmos, queira, pela fragilidade do caráter, moral, e com interesses ilegítimos, manipular e subjugar os médiuns e assistentes daquele templo a fazerem algo ou a se portarem de tal modo, consoante seus vis desejos. O que fará ele? Com certeza não passará aos filhos de fé respostas a diversos fenômenos a priori sobrenaturais. Não passará determinados fundamentos básicos para certas práticas litúrgicas ou magísticas. Não esclarecerá assuntos considerados como mitos ou tabus, e assim por diante.

            Assim ocorrendo, o detentor ou suposto detentor dos “segredos” ficaria sempre em posição de manipular os outros membros da instituição religiosa. Implanta-se a escravidão sacerdotal, onde o menos esclarecido, por temor, cede aos caprichos e ordens ridículas do seu ”iniciador”. E se por uma causa ou outra o filho não obedecer, o “chefe” aplica o terror psicológico, dizendo ao fragilizado que lhe acontecerá as piores desgraças e dissabores.

            Existem grandes dirigentes umbandistas que realmente ensinam os aspectos pertinentes à Umbanda, e que têm o cuidado de só passarem informações àqueles realmente umbandistas, excluindo desta forma os “médiuns” inescrupulosos e de baixa moral. Estes dirigentes estão contribuindo para que no futuro tenhamos comandantes físicos de terreiros mais instruídos, mais convictos e mais dedicados à religião. Quanto àqueles que servem de determinados “conhecimentos” para implantarem a escravidão, bem, estes com certeza, não estão amparados pela Espiritualidade Superior e responderão integralmente pelos atos de egoísmo, falta de amor ao próximo e desídia no cumprimento das diretrizes da Espiritualidade de Umbanda.

            Imperioso se faz que todos se esforcem no sentido de buscarem informações e conhecimentos positivos, primeiro para se elevarem e ajudarem outros a progredirem espiritualmente, e segundo para não serem vítimas de alguns “sacerdotes”, verdadeiros lobos vestidos com pele de cordeiro.

            Saravá Umbanda!