VOCÊ É UMBANDISTA?
Uma das questões dentro da comunidade umbandista diz respeito a se apontar, dentro de
um raciocínio aplicável a consciência do ser humano, se determinadas pessoas
podem ser consideradas, de fato e de direito, como filhos da Corrente Astral de
Umbanda. Não queremos de forma alguma aplicar fórmulas matemáticas a aspectos
humanos. Entendemos que cada um, dentro de seu estágio evolucional, tem uma
maneira própria de se situar naquilo que conhece como religião, uma vez que os
espíritos encarnados encontram-se em diferentes degraus da escala
espírito-progressiva. No entanto, é certo e racional que firmemos parâmetros
básicos que possam nortear e embasar uma definição, se não perfeita, pelo menos
razoável, no que diz respeito a ser ou não ser considerado umbandista.
Tais considerações retrocitadas prendem-se ao fato de que, ao vivenciarmos o
Movimento Umbandista, nos deparamos com situações (atos e fatos) que nos
impulsionam a repelir determinadas formas de pensamento e comportamento,
incompatíveis com as bases e diretrizes de nossa Umbanda. Vejamos:
- É comum algumas pessoas (médiuns e assistentes) se
intitularem espíritas (kardecistas) em vez de Umbandistas. Será que não
sabem que, embora tais segmentos tenham pontos de contato, não são as mesmas
coisas? Ou será que mesmo sabendo, ainda não tiveram a dignidade e a
convicção em se apresentarem a terceiros como umbandistas, movidos por
vergonha em relação à religião que professam?
- Será que podem ser considerados umbandistas aqueles
que insurgem contra a expropriação alheia através do famigerado dízimo,
que serve a luxúria e ostentação material de muitos falsos religiosos, e,
às escondidas, mercantilizam a mediunidade, vivendo à custa do que é
arrecadado em um terreiro?
- Será que pode ser considerado umbandista aquele
que, estando em conversações sociais, fica omisso quanto a críticas
infundadas dirigidas a sua religião?
- Será que pode ser considerado umbandista aquele
indivíduo que tendo filhos, em vez de os batizarem num templo umbandista,
se valem de outra religião para o respectivo sacramento?
- Será umbandista aquela pessoa que tendo nascido e
vivido anos dentro da Umbanda, decidindo casar, requer os préstimos de
outra religião para concretizar o matrimônio?
- Será que pode ser considerado umbandista aquele que
só aparece no terreiro em dias de festa, onde há um maior número de
assistentes, e que aproveita os presentes para exibir-se de forma bizarra
e ridícula, fruto de sua deformação moral e espiritual?
- Será umbandista aquele indivíduo que faz caridade
vinculada a favores posteriores, ou aquele que barganha um lugar de
destaque, promovendo o “toma lá, dá cá“?
- Será que pode ser considerado umbandista aquele que
é cúmplice da escravidão religiosa, não esclarecendo aos enclausurados que
só o conhecimento os libertará dos vendilhões do templo?
- Será que é considerado umbandista o indivíduo que
se omite diante do comportamento distorcido de um irmão de fé, não o
auxiliando a desprender-se de certos conceitos prejudiciais a sua
evolução?
- Será que é umbandista aquele que, ao observar um
irmão de fé com faculdades mediúnicas, espirituais, morais, intelectuais e
culturais que possam ser úteis ao progresso do Movimento Umbandista, ao
invés de incentiva-lo a prosseguir, trata sorrateiramente de lhe “puxar o
tapete”, com medo que sua imagem fique ofuscada, ou por inveja?
- Será que é considerado umbandista aquela pessoa
que, incorporando um Caboclo, Preto-Velho etc., e por isto tendo
responsabilidades em estar nos dias e horas determinados para que seus
Guias possam prestar a caridade, simplesmente deixa seus deveres
mediúnicos a fim de usufruir dos prazeres efêmeros e sem nenhuma
relevância espiritual?
- Será que é umbandista aquele que valoriza as
pessoas pelos títulos honoríficos ou profissionais e pelos bens que estas possam
ter, deixando em segundo plano os valores morais, éticos, caritativos e
espirituais?
- Será que é considerado umbandista o indivíduo que
ganha notoriedade em um templo através de ameaças, aconchegos e conchavos,
ou através da mostra do saldo bancário, e que tenta a todo o custo ser o
centro das atenções, utilizando até o nome da espiritualidade para tanto?
Será que tudo o que foi escrito até agora
servirá de alerta e conselho, para que alguns irmãos de fé se regenerem e
possam engrossar as fileiras dos verdadeiros filhos de Umbanda?
Esperamos que sim.
Saravá Umbanda!